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31 Julho, 2019 - Laboratório de Análises Clínicas Saúde Erechim Gaurama Três Arroios Laboratório de exames Exames

Sífilis está de volta, agora na versão Epidemia

Apesar de ainda ser tabu para muitas pessoas, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) estão presentes cada vez mais sociedade moderna. Entre as DSTs que retornaram está a sífilis que, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, entre 2010 e 2015 houve um aumento de mais de 5.000% (65.878 casos). Em 2010, foram notificados 1.249 casos de sífilis adquirida, a que se pega através da relação sexual sem camisinha.

A sífilis é uma doença originada na Idade Média causada pela bactéria Treponema Pallidum. Segundo o ginecologista e obstetra, Domingos Mantelli, a doença pode ser transmitida por diversas formas: sexualmente, de mãe para filho, por transfusão de sangue ou por contato direto com o sangue contaminado. “Surge como uma pequena ferida nos órgãos sexuais e com ínguas nas virilhas. As feridas são indolores e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se não tratada precocemente, pode comprometer olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso”, alerta o médico.

De acordo com Mantelli, existem três estágios da doença: na primeira fase, os sintomas ficam mais evidentes e há maior risco de transmissão; no segundo estágio, a bactéria fica latente no organismo e no terceiro, a doença volta mais agressiva, causando cegueira, paralisia, doenças cardíacas, transtornos mentais e pode levar à morte. “A sífilis pode causar um comprometimento muito sério no sistema nervoso, na audição e nos olhos. É importante lembrar que não existe uma vacina. A única forma de prevenir a sífilis é através do sexo seguro com camisinha uma vez que a transmissão se dá por relação sexual vaginal, oral e anal sem o uso de preservativos, além de transfusão de sangue”, acrescenta Mantelli. 

O ginecologista adverte para o cuidado com o aumento da sífilis gestacional da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou parto. “É necessário que, no início da gravidez, a paciente procure um obstetra para realizar o pré-natal e fazer todos os exames possíveis para diagnosticar qualquer doença. O tratamento da sífilis é feito com antibióticos. O diagnóstico é feito por exames clínicos e laboratoriais, durante o pré-natal até o nascimento do bebê”, sinaliza o médico. Além disso, o Dr. Francisco alerta para o aumento da sífilis congênita, sífilis gestacional e sífilis adquirida em todas as regiões do Brasil, e destaca o desconhecimento sobre a doença - não só em relação ao risco, como em relação às consequências da infecção: “Há comprometimentos muito sérios do sistema nervoso central, com doença neurológica, com quadros de demência, manifestações auditivas, oculares, com manifestações cardíacas e ósseas. 

Nos bebês, os sintomas são diversos, o pior é quando atinge o sistema nervoso central. O bebê pode apresentar microcefalia. “Não só o vírus da zika é responsável pela microcefalia. A sífilis congênita também causa convulsões, malformações múltiplas, deformidades ósseas, lesões de pele e renais. Para os bebês, a sífilis congênita chega a ser fatal”, destaca a Dra Luciane.
Grávidas com sífilis podem sofrer aborto espontâneo no primeiro trimestre da gestação ou terem bebês prematuros, que terão muitas dificuldades para sobreviver. Com o tratamento adequado, a grávida pode ter 100% de chance de o feto não ser afetado pela sífilis. No Brasil, a notificação da sífilis em gestantes é obrigatória desde 2005. No ano seguinte, dados do Ministério da Saúde informam que foram registrados 3.508 casos. 

Em 2015, menos de 10 anos depois, os números chegaram a 33.381 - um salto de quase 900%. No mesmo período, o número de bebês infectados que morreram de sífilis pulou de 67 casos em 2006 para 221 em 2015. E esses números podem ser ainda mais expressivos, porque num país de dimensões continentais a subnotificação é uma triste realidade.

Fonte: Globonews
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