Blog

05 Dezembro, 2018 - Laboratório de Análises Clínicas Saúde Gaurama Três Arroios Laboratório de exames Exames

Quanto custa ser diabético?

O gasto com a doença chega próximo aos R$ 100 bilhões por ano: além do grande número de diagnosticados, o preço da insulina e dos medicamentos para o tratamento são muito elevados. Para uma pessoa que se trata exclusivamente com insulina, o custo hoje fica entre R$ 500 a R$ 800 por mês, dependendo do tipo de medicamento utilizado, se adquirido em farmácias comerciais. O programa Farmácia Popular disponibiliza algumas opções de tratamento, com medicamentos genéricos orais usados por pessoas com diabetes tipo 2, mas falta muito investimento em saúde.Além do próprio medicamento, outro alto custo se deve à necessidade da automonitorização glicêmica, que é o exame feito em domicílio pelo próprio paciente para controle da taxa de glicemia no sangue.

Outro fator que aumenta expressivamente o custo, principalmente pensando em saúde pública, é a presença de complicações do diabetes, que podem ser consequência de um mau controle da doença por um período prolongado. As complicações advindas do mau controle podem ser microvasculares, com destaque para a nefropatia diabética, que pode levar à insuficiência renal e necessidade de diálise e transplante de rins, ou à retinopatia diabética, que pode levar a um comprometimento da visão e cegueira. Além delas, há o risco de neuropatia periférica, que é uma complicação associada a dores e dormência em membros inferiores. As complicações podem também ser macrovasculares, ou seja, aquelas que acontecem por obstruções de grandes vasos, como acidente vascular cerebral, conhecido como trombose, e a necessidade de amputação de membros inferiores e o infarto agudo do miocárdio.

Para desenvolver um medicamento, o custo com testes e pesquisas de novas drogas é bastante alto. Depois de expirada a patente, que no caso do Brasil se dá em no máximo 20 anos, outras empresas podem passar a vender o remédio em versão genérica. No caso da insulina, descoberta como tratamento para diabetes em 1921, o preço ainda é alto porque a tecnologia do processo de fabricação envolve a manipulação de organismos vivos. O método é muito difícil de se copiar, mesmo sem haver patente. A expectativa é a chegada de uma nova droga no mercado, um biossimilar desenvolvido recentemente e aprovado pela Anvisa no fim de 2017, que pode reduzir o preço do tratamento em 70%. Para além do custo do medicamento, outras opções podem diminuir o valor do gasto do país com a doença, sendo o principal deles diminuir o número de diabéticos.

A chave é a educação voltada para reduzir a diabetes de tipo 2 – prevenível com dieta e educação alimentar, atividade física, perda de peso. Além disso, a capacitação de profissionais de saúde pública, com uma maior padronização de tratamento para o controle da diabetes do tipo 1 e do tipo 2, e a utilização da tecnologia digital para estabelecer e manter a efetividade do gerenciamento do tratamento pelo próprio paciente. Com melhoria nas padronizações de tratamento, teremos pacientes com uma maior adesão ao seu tratamento, que hoje também é outro ponto crítico. Além disso, com a utilização de tecnologias, podemos obter dados da saúde pública e privada para nortear melhor as ações necessárias para melhoria desse cenário em nosso país.
Fonte: SBAC

Descrição:
Voltar aos assuntos