Não citar uso de medicamento ao fazer exames pode gerar diagnóstico errado
Todo mundo toma um “simples comprimidinho”, um paracetamol para aliviar uma dor de cabeça, outro faz uso de um medicamento homeopático. No dia seguinte ambos fazem exames laboratoriais e omitem essas informações, por esquecimento ou por não achar relevante mencionar. Quais as chances de os resultados dos exames, nos dois casos, saírem alterados? Muito altas. Metade dos equívocos e erros nos resultados acontece na fase dos exames justamente pela interferência dos medicamentos, conforme relata o livro Effects of Drugs on Clinical Laboratory Tests (Efeitos das Drogas em Testes Clínicos de Laboratório) o médico norte americano Donald Young, relata que existe, é sabida e seguramente confirmada a interferência dos medicamentos nos resultados, além disso ele descreve mais de 40 mil exemplos de influência entre medicamentos e exames laboratoriais.
Cerca de 12% da população toma uma ou mais drogas que podem interferir no resultado de exame, muitos questionam se na hora de analisar um exame de colesterol, esse exame pode sofrer interferência de uma aspirina, provavelmente sim. Outro exemplo de uma interferência medicamentosa é o uso de omeprazol, muito utilizado para gastrite, ou dores de estômago, ele pode alterar o exame de marcador tumoral. O anticoncepcional, a maioria não informa o uso e ele pode interferir em vários exames. Outro medicamento muito utilizado, o paracetamol, altera os exames de coagulação, paciente que faz uso de anticoagulante não pode tomar esse medicamento pois pode complicar todo o tratamento.
Algumas medicações de uso contínuo, como por exemplo, tomadas por diabéticos, cardiopatas, hipertensos, podem também interferir nos resultados dos exames. Por exemplo, o endocrinologista precisa saber se seu paciente diabético toma repositor hormonal por causa da tireóide, pois um exame de TSH pode dar baixo. Outro exemplo importante, um simples ácido acetilsalicílico comprado na farmácia sem receita, pode diminuir a glicose sanguínea e aumentar a hemoglobina glicada.
Uma pessoa com uma infecção urinária toma o antibiótico por sete dias e repete o exame dois dias após terminar o tratamento. Está errado. É preciso um intervalo de uma semana a dez dias para refazer um exame de cultura.
Para o exame de PSA, os homens não podem andar de bicicleta (inclusive na academia e em esteiras), pois esse movimento fará uma massagem na região e pode levar a um resultado alterado, para esse exame é necessário abstinência sexual e não realizar atividade física, andar de bicicleta ou a cavalo.
Por isso é importante sempre levar e informar todos os medicamentos que está fazendo uso no dia da coleta dos exames, incluindo os chás, mesmo não sendo medicamento, eles podem sim, interferir nos exames.
