As infecções hospitalares atualmente constituem um grave
problema de saúde pública, pois o seu conhecimento, prevenção e controle ainda
representam um desafio a ser enfrentado. Infecções hospitalares são infecções
adquiridas durante a hospitalização, no Brasil, os dados revelam que entre 6,5%
e 15% dos casos são infecções hospitalares, enquanto que, na Europa e Estados
Unidos da América (EUA), essa taxa é de 10%.
Os principais microrganismos responsáveis por essas
infecções são: Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa, essas bactérias
apresentam um perfil de resistência alto para a maioria dos antimicrobianos
comumente usados.
O ambiente hospitalar, pode proporcionar focos de contato e
de transmissão. Tais focos hospitalares são representados por superfícies,
utensílios hospitalares, funcionários e pelo próprio ambiente. No ambiente
hospitalar, encontramos os colchões, que permanecem próximos aos pacientes e
apresentam maior contato com o corpo, podendo servir de depósito para sujidades
e para microrganismos responsáveis por infecções, fator que determina a
possível contaminação por bactérias provindas, principalmente, de pacientes,
fortalecendo a convicção de esses colchões são importantes reservatórios de
bactérias multirresistentes. Assim, a higiene do colchão é necessária.
Pesquisadores analisaram 50 colchões e encontraram a presença de 15,6% deles
contaminados por Staphylococcus aureus, enquanto que Pseudomonas aeruginosa foi
isolada apenas em três colchões, pois sua presença em colchões não é comum, uma
vez que prefere ambientes úmidos como torneiras. Outros patógenos como
Staphylococcus coagulase negativa (SCN) e Enterobacter sp. foram também
encontrados. Esses microrganismos são considerados patógenos oportunistas e
podem ser responsáveis pelo aumento no índice de infecções hospitalares.
As possíveis falhas na limpeza e higienização dos colchões,
destacando principalmente a perda da impermeabilidade da capa, a não verificação
constante da efetiva limpeza da superfície do colchão, a reutilização de panos
úmidos para desinfecção, a não observação do tempo de exposição da superfície
ao desinfetante, a falta de padronização do processo de higienização e a falta
de qualificação dos profissionais que realizam a higienização dos colchões,
contribuem para o aumento das infecções hospitalares.
A correta higienização dos colchões é muito importante, deve
ser feita com água e sabão ou detergente, seguido das fases de enxague, secagem
e realização da desinfecção com o álcool
70%, ou outro desinfetante definido pela comissão local de controle de
infecção hospitalar. Tais desinfetantes, como antissépticos, álcool 70% e os
compostos quaternários de amônio são muito utilizados em ambientes hospitalares
por apresentarem excelente ação bactericida. Por isso, para obtenção de uma boa
higienização deve-se considerar a correta execução de todo procedimento de
limpeza e a carga microbiana inicial. Portanto, é possível afirmar que um
processo de limpeza e desinfecção bem eficiente seja imprescindível para
reduzir focos de transmissão cruzada e reservatórios de bactérias como medidas
de controle e prevenção à ocorrência de infecções e realizar análises
microbiológicas para verificar a eficácia dessas medidas.
Fonte: Revista Brasileira de Análises Clínicas.