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27 Setembro, 2018 - Laboratório de Análises Clínicas Saúde Erechim Gaurama Três Arroios Laboratório de exames Exames

Fungo resistente e mortal que está se espalhando pelo mundo.

Candida auris, um fugo que resiste a quase todos os medicamentos desenvolvidos para tratá-lo está se multiplicando pelo mundo, infecções foram relatadas em 27 países com diversas mortes. Atualmente o foco é as bactérias multirresistentes, mas é necessário darmos atenção aos fungos que estão desenvolvimento mecanismos de resistência a uma diversidade de antibióticos.

Segundo o Dr. Tom Chiller, chefe de doenças micóticas no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, chamou esse caso de “o mais infeccioso do que o Ebola”, esse fungo apareceu em 2009 e desde então se tornou uma poderosa ameaça que a ciência ainda não pode informar com certeza de onde surgiu e como trata-la corretamente.  Esse fungo tem mais de 23 mil subtipos. Os números casos e o alto poder de transmissão está forçando os hospitais a recorrer a antigas práticas de higiene e a medidas primárias de controle, como isolamento dos pacientes, higienização do quarto com alvejante, isso tudo para tentar controlar a disseminação do fungo.

O ponto principal do problema é que o fungo não se comporta como fungo, normalmente os fungos se alojam em locais quentes e úmidos do corpo e se manifestam quando o sistema imunológico se deprime. Esse fungo desenvolveu um mecanismo que permite que ele sobreviva na pele externa fria e em superfícies inorgânicas frias, isso permite que ele sobreviva nas mãos dos profissionais da saúde, nas maçanetas, balcões e também em teclas do computador, esse mecanismo facilita a transmissão de pessoa para pessoa dentro do ambiente hospitalar, quando infecta alguém, o surto infeccioso dura semanas ou meses.

O primeiro caso surgiu em 2009 em uma mulher de 70 anos que estava hospitalizada em Tóquio e desenvolveu uma infecção no ouvido. Ela recebeu o tratamento, mas não houve boa resposta aos antibióticos utilizados, o que deixou os médicos suspeitando que fosse um fungo, e foi então que descobriram essa nova espécie. Como o foco nas pesquisas são as bactérias, há poucas drogas aprovadas para tratar fungos, existem somente três classes para esse microrganismo.

Esse novo fungo se mostrou com resistência aos antifúngicos de primeira escolha, os da classe azóis, que são administrados por via oral. A segunda opção e tratamento é a anfotericina, que é intravenosa e tóxica, que gera reações graves de febre e calafrios. Essa situação limitou o esquema de tratamento, e deixou somente um último conjunto de medicamento disponível, uma nova droga intravenosa chamada de equinocandina. Em seguida, os médicos na Coréia do Sul, foram chamados para tratar dois pacientes hospitalizados, um menino de 1 ano com distúrbio nas células sanguíneas e um homem de 74 anos com câncer de garganta, ambos com infecção fúngica causada pelo novo fungo. Nesse dois casos da Coréia , o fungo também apresentou certo grau de resistência á classe dos azóis e anfotericina, ambos morreram. Novos casos surgiram em outros países, o que chamou a atenção dos epidemiologistas. As cepas diferentes tem todas o mesmo impacto nos pacientes e são mortais, 60% dos infectados morrem.

O Candida auriss é altamente resistente a drogas. O CDC divulgou uma análise de casos relatados nos 27 países onde o fungo surgiu. Mais de 90% deles eram resistentes aos azóis; 30% eram resistentes à anfotericina; e até 20% eram resistentes às equinocandinas. Um dos maiores desafios da doença são os surtos hospitalares de longa duração que esse fungo pode causar. 

Não há muitos lados bons na batalha contra C. auris, a maioria dos pacientes, até agora, incluindo os que morreram, eram pessoas que já estavam hospitalizadas por outras doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares e cânceres. Indivíduos que já estavam dependendo de equipamento médico e recebendo várias drogas, ou seja, com sistemas imunológicos enfraquecidos. Isso significa que há uma população limitada que pode estar em risco, mesmo assim é necessário maiores cuidados com a higienização, aperfeiçoamento para o diagnóstico clínico e laboratorial, pesquisadores criem melhores testes e invistam mais em estudos de desenvolvimento de drogas antifúngicas e os médicos desenvolvam melhores práticas de rotinas.

Fonte: hypescience
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